Wednesday, April 4, 2007

Em Busca do Padrão Contábil


Como saber qual é o ganho da Petrobras ao ter a sua marca confundida com a própria história do petróleo no país? Como saber o valor de ser o exemplo do Brasil que dá certo para a Embraer? Qual é o valor para uma operadora ser "top of mind" em ligação interurbana?

Os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, que cada vez mais se concentram nas atividades intelectuais para exportar a industrialização de seus produtos - principalmente para países asiáticos -, são os principais interessados em buscar um padrão para mensurar esses ativos intangíveis, diz Daniel Dommeneghetti, sócio-fundador da Dom Strategy Partners.

Diversas universidades americanas têm trabalhado para desenvolver um padrão contábil que contemple todas essas questões até agora invisíveis nos balanços. A Security Exchange Comission (SEC), órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deverá avaliar essas propostas e definir um padrão local, que, por conseqüência, poderá ser adotado por todo o mundo.

Quando esse padrão for definido, todas as empresas poderão valer contabilmente uma quantia bastante diferente da atual", afirma Dommeneghetti. Mas, para estudiosos do assunto, essa definição não deverá sair tão brevemente.
Provavelmente todas essas perguntas ainda não possuam respostas objetivas, como suscita a extensa análise realizada pelo Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Se, na contabilidade atual, cada débito corresponde a um crédito, passivo é igual ao ativo, deve ser procurada uma nova teoria matemática consistente para o mundo do conhecimento, avalia a instituição.

Os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, que cada vez mais se concentram nas atividades intelectuais para exportar a industrialização de seus produtos - principalmente para países asiáticos -, são os principais interessados em buscar um padrão para mensurar esses ativos intangíveis, diz Daniel Dommeneghetti, sócio-fundador da Dom Strategy Partners.
Diversas universidades americanas têm trabalhado para desenvolver um padrão contábil que contemple todas essas questões até agora invisíveis nos balanços. A Security Exchange Comission (SEC), órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deverá avaliar essas propostas e definir um padrão local, que, por conseqüência, poderá ser adotado por todo o mundo.
"Quando esse padrão for definido, todas as empresas poderão valer contabilmente uma quantia bastante diferente da atual", afirma Dommeneghetti. Mas, para estudiosos do assunto, essa definição não deverá sair tão brevemente.
Não é consenso que as ciências contábeis tenham responsabilidade pela consideração dos ativos intangíveis. Para Eduardo Kayo, professor da Universidade Mackenzie e doutor pela Universidade de São Paulo, a contabilidade tem compromisso com o passado e os bens intangíveis são, por princípio, ativos que podem gerar mais valor para a empresa no futuro.

Trata-se, portanto, de um dilema absolutamente moral para as ciências contábeis, avalia o consultor. Contudo, medir e acompanhar esses elementos é um anseio das corporações contemporâneas, à medida que se infere o valor desses atributos.

Quando se começar a considerar os ativos intangíveis em balanço, as empresas terão de se expor totalmente, favorecendo a prática da transparência, avalia Daniel Dommeneghetti. O consultor lembra que muitas companhias já consideraram de forma aparentemente sobrevalorizada suas marcas em prospectos de oferta pública inicial. Enquanto não houver padrão internacional, ele considera difícil questionar o valor indicado e, portanto, defender-se de uma estimativa exagerada.

O mercado espera que, a partir do momento em que existir um padrão mundial de mensuração dos bens intangíveis, a volatilidade das ações tenderá a diminuir. "Porque se traria mais racionalidade ao mercado à medida que tudo será exposto. Hoje, a dificuldade em se perceber certos ativos intangíveis dá margem a avaliações muito diferentes e, portanto, volatilidade " , explica Daniel Dommeneghetti. Quando houver esse padrão internacional, se a empresa não revelar suas falhas dentre os intangíveis, o mercado as encontrará pelo balanço, afirma o consultor.

Não é consenso que as ciências contábeis tenham responsabilidade pela consideração dos ativos intangíveis. Para Eduardo Kayo, professor da Universidade Mackenzie e doutor pela Universidade de São Paulo, a contabilidade tem compromisso com o passado e os bens intangíveis são, por princípio, ativos que podem gerar mais valor para a empresa no futuro.
Trata-se, portanto, de um dilema absolutamente moral para as ciências contábeis, avalia o consultor. Contudo, medir e acompanhar esses elementos é um anseio das corporações contemporâneas, à medida que se infere o valor desses atributos.
Quando se começar a considerar os ativos intangíveis em balanço, as empresas terão de se expor totalmente, favorecendo a prática da transparência, avalia Daniel Dommeneghetti. O consultor lembra que muitas companhias já consideraram de forma aparentemente sobrevalorizada suas marcas em prospectos de oferta pública inicial. Enquanto não houver padrão internacional, ele considera difícil questionar o valor indicado e, portanto, defender-se de uma estimativa exagerada.
O mercado espera que, a partir do momento em que existir um padrão mundial de mensuração dos bens intangíveis, a volatilidade das ações tenderá a diminuir. "Porque se traria mais racionalidade ao mercado à medida que tudo será exposto. Hoje, a dificuldade em se perceber certos ativos intangíveis dá margem a avaliações muito diferentes e, portanto, volatilidade " , explica Daniel Dommeneghetti. Quando houver esse padrão internacional, se a empresa não revelar suas falhas dentre os intangíveis, o mercado as encontrará pelo balanço, afirma o consultor.

Atualmente, a proporção entre o valor de mercado das empresas e o seu patrimônio é usada como suporte por bancos e corretoras para medir o grau de euforia com que o mercado negocia um determinado papel. Quando avaliada evolução desse índice, ponderadas distorções quanto à mudanças bruscas do valor patrimonial, é possível inferir o grau de procura pelo papel. Da mesma forma, a relação entre preço de mercado e contábil de empresas do mesmo setor poderia indicar algumas pechinchas.

Enquanto não houver um padrão contábil, porém, os ativos intangíveis ainda poderão ser deixados de lado em negócios numa sociedade estruturada em ativos reais. Uma pequena ou média empresa fechada com um forte ativo intangível, mas sem um balanço atraente, ainda estaria condenada a enfrentar muitas dificuldades em atrair recursos, diz Dommeneghetti. Diferentemente de uma grande empresa, que pode apresentar ao mercado no preço das ações os obscuros bens que possui.

Fusões revelam valores ocultos.

Se no balanço das empresas os ativos intangíveis são bastante obscuros, na hora de um acordo de fusão ou aquisição, necessariamente algum valor terá de ser a eles atribuído. Na ocasião da compra da marca União da Coopersucar pelo Grupo Nova América Agroenergia, o presidente da companhia compradora, Roberto de Rezende Barbosa, afirmou que a aquisição coroava o objetivo da empresa de reforçar sua atuação no varejo. Inferiu-se a necessidade de ter uma imagem mais forte para a venda da commodity. "A marca União é tradicional, possui um share of mind importante, o que nos motivou a realizar a compra e investir no negócio", disse ele em março de 2005, quando ocorreu a operação. Na ocasião, Barbosa incorporou também as áreas comercial, de marketing e de distribuição da União e manteve as equipes para preservar o capital intelectual.

Atualmente, a proporção entre o valor de mercado das empresas e o seu patrimônio é usada como suporte por bancos e corretoras para medir o grau de euforia com que o mercado negocia um determinado papel. Quando avaliada evolução desse índice, ponderadas distorções quanto à mudanças bruscas do valor patrimonial, é possível inferir o grau de procura pelo papel. Da mesma forma, a relação entre preço de mercado e contábil de empresas do mesmo setor poderia indicar algumas pechinchas.
Enquanto não houver um padrão contábil, porém, os ativos intangíveis ainda poderão ser deixados de lado em negócios numa sociedade estruturada em ativos reais. Uma pequena ou média empresa fechada com um forte ativo intangível, mas sem um balanço atraente, ainda estaria condenada a enfrentar muitas dificuldades em atrair recursos, diz Dommeneghetti. Diferentemente de uma grande empresa, que pode apresentar ao mercado no preço das ações os obscuros bens que possui.

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